Bravura açoriana!
A alma, a crença e o espírito de grupo ficaram hoje à vista de todos. Em cima do apito final, com apenas nove jogadores, transformaram-se as fraquezas em forças e fizemos jus à região que, orgulhosamente representamos.
Duelo difícil mas com um final feliz para os bravos açorianos que assim fizeram por merecer. No segundo jogo consecutivo em casa, sem a presença de adeptos nas bancadas, o CD Santa Clara conseguiu empatar diante do CD Tondela. E, à partida para o jogo, o resultado até podia ser prejudicial para as aspirações insulares mas, tendo em conta as circunstâncias da partida- à cabeça as duas expulsões-, a divisão de pontos até acabou por saber a vitória.
Quanto ao jogo, o CD Santa Clara entrou forte e intenso na partida, tal como tem vindo a acontecer nas últimas jornadas, tentando marcar primeiro do que o adversário. Mais pressionante, recuperando bolas em terrenos avançados do terreno, a equipa evidenciou a sua superioridade no jogo, encontrando por diversas vezes o caminho certo para a baliza beirã. O que é certo é que, com alguma sorte à mistura, o golo tardou em chegar, acabando por transformar a confiança da equipa em alguma impaciência. Do outro lado, a equipa beirã preocupava-se apenas em salvaguardar a defesa da sua baliza, procurando sair em rápidas transições através da velocidade dos homens da frente. Numa dessas saídas, com alguma sorte à mistura, a equipa beirã viria a inaugurar a marcha do marcador, completamente contra a corrente do jogo. Ao intervalo o resultado (0-1) não traduzia a superioridade açoriana na partida.
No segundo tempo, a equipa manteve a mesma toada. A atacar, olhos nos olhos do adversário e com uma vontade intrínseca de marcar o mais cedo possível, a equipa mostrou a sua superioridade, denotando, por vezes, alguma pressa em igualar o marcador. As substituições operadas por Daniel Ramos a meio do segundo tempo só vieram intensificar o fluxo ofensivo do jogo da equipa. Carlos Jr e Cryzan, novamente juntos em campo, fizeram a cabeça em água à defensiva adversária, abrindo espaços e criando várias oportunidades de perigo, coadjuvados por Costinha e Lincoln que passaram a segurar a batuta do jogo ofensivo da equipa. As expulsões de Fábio Cardoso e de Allano, já próximo da reta final da partida, dificultaram ainda mais uma tarefa que já se previa difícil. A equipa beirã perfilava uma linha de cinco a defender, assumindo um bloco baixo na tentativa de somar a vitória. A verdade é que esta equipa já nos habituou a grandes feitos e, já próximo do último suspiro do encontro, bafejados pela sorte divina que protege os audazes, surgiria o golo do empate. Com alma, raça e bravura açoriana, somamos mais um ponto na nossa caminhada.