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“QUEREMOS ESTABILIZAR O CLUBE”

O Presidente da Santa Clara Açores, Futebol, SAD concedeu uma entrevista à RTP Açores no programa Teledesporto. Entre os vários temas abordados, Bruno Vicintin foi questionado sobre o projeto para o clube a curto/médio prazo. “O objetivo imediato é a manutenção no principal escalão do futebol português, queremos estabilizar o clube desportiva e financeiramente mas a médio prazo temos o sonho de disputar provas europeias, no fundo colocar o Santa Clara onde merece”. 

 

Bruno Vicintin falou ainda das infraestruturas do clube. “Acreditamos que a construção de um centro de estágio é algo fulcral num projeto desta dimensão, vemos os exemplos de Benfica, FC Porto, Sporting e Braga, todos com centros de estágio de topo. Já começámos a encetar contactos com as autarquias locais, estamos à procura do terreno ideal para podermos avançar, creio que é o próximo passo no nosso projeto, é fundamental termos a nossa casa”. 

 

Veja a entrevista na integra aqui: 

«Amo este grupo, é o melhor que já tive na vida»

Allano Lima atravessa um grande momento com a camisola do CD Santa Clara. Na segunda temporada pelo emblema açoriano, e numa época complicada em termos profissionais e pessoais, o extremo esquerdino superou-se e leva registos invejáveis nos últimos jogos realizados. Uma mais valia dentro e fora das quatro linhas, com uma alegria e espírito contagiantes, falou ao departamento de comunicação do CD Santa Clara e abriu o coração sobre o seu momento atual, um pré-balanço da temporada e a sua experiência a viver nos Açores.

 

Preponderância nas últimas partidas

 

Em termos individuais, também beneficiando de um contexto extremamente sólido da formação do CD Santa Clara, Allano tem sido destaque pela participação em golos nos últimos jogos. Assistiu frente ao FC Arouca, voltou a fazê-lo por duas vezes diante do Estoril Praia e, no último fim-de-semana, no D. Afonso Henriques, apontou da marca de grande penalidade o golo que selou o empate na Cidade Berço. O brasileiro aponta o trabalho com Mário Silva como um dos catalisadores para o momento positivo, quer individual, quer coletivamente.

 

«Trabalhar com o mister Mário Silva está a ser uma ótima experiência. É um técnico que já foi jogador, entende bem a cabeça dele e fica fácil adaptar-se aos conceitos de jogo que ele gosta», começou por dizer, em referência ao trabalho desenvolvido deste janeiro último. Acaba por ser o ponto alto de uma temporada «estranha», pelas palavras do próprio, ele que fez inclusive referência a uma situação que, até então, não tinha tornado pública: «Comecei bem, tive grandes problemas fora de campo que me atrapalharam dentro [de campo]. Quase ninguém sabe, e foi algo que me mexeu com a cabeça», referiu, estando neste momento num mindset muito positivo.

 

Paz insular

 

A melhor parte de estar nos Açores? «Poder viver em paz!», diz-nos Allano. Ninguém fica indiferente à tranquilidade da vida insular, neste caso específico em São Miguel, e o extremo brasileiro diz beneficiar do ambiente tranquilo que experiencia há perto de ano e meio na ilha verde.

«É o melhor grupo que tive na vida.

 

Acho que isso diz tudo!»

Allano não poupou elogios a um grupo de trabalho que considera especial na sua carreira e vida

 

Grupo de trabalho especial

 

«É o melhor grupo que já tive na minha vida, acho que isso diz tudo», diz sem hesitar. A união providenciada pelo caráter singular dos atletas do CD Santa Clara, bem como de todos os que acompanham a equipa diariamente, o espírito de família promovido pela insularidade e todas as especificidades de estar incluído neste meio faz com que Allano classifique este como o melhor grupo da sua carreira, algo que é facilmente identificável pela boa disposição que mostra no dia-a-dia.

 

O regresso a Portugal

 

Depois de já ter representado o Estoril Praia, e antes de saber o quão especial seria o grupo do CD Santa Clara, Allano foi abordado pelo clube açoriano e mostrou-se interessado pelo «propósito e ambição» dos insulares. «Recebi uma ligação e já tinha em pensamento regressar [a Portugal], e então houve o interesse do Santa Clara na minha contratação. Achei interessante o propósito do clube, e a sua ambição», revelou.

 

Ousadia e alegria

 

Portador de energia contagiante e um dos elementos que catapulta a boa disposição do plantel e todo o grupo de trabalho numa base diária, o seu estilo dentro em campo – dono da clássica ‘samba’ brasileira e de uma qualidade técnica entusiasmante – é a imagem do homem que é fora dele: «Amo a minha vida, a minha família o meu trabalho e trabalhar com os meus companheiros. O que me deixa mais tranquilo em minha vida é passar sempre aquilo realmente que sou», refere com emoção.

«Trabalhar para dar alegrias aos adeptos»

Brasileiro atravessa um grande momento com 1 golo e 3 assistências nos últimos 4 jogos

 

Melhor momento?

 

Embora num excelente de forma, a jogar porventura o seu melhor futebol desde que se juntou ao CD Santa Clara, o extremo brasileira indica a temporada passada e a chegada às competições europeias como o seu melhor período no clube: «Sendo sincero não acho que seja o meu melhor momento. Tive grandes momentos na época passada quando cheguei à equipa e fomos os primeiros na história do clube a conseguir disputar uma competição europeia», disse.

 

Allano, que chegou ao CD Santa Clara em janeiro de 2021 e ainda foi a tempo de cumprir sensivelmente metade da temporada, marcou 2 golos. Um deles coincidiu na determinante receção ao SC Farense, na última jornada, e que ditou o histórico apuramento às pré-eliminatórias da UEFA Europa Conference League.

 

Lutar a cada minuto

 

Sair como entrou. Do primeiro ao último minuto com a camisola do CD Santa Clara, o foco de Allano é o mesmo. «Por tudo o que me ajudaram a cada partida e a cada minuto, [o foco] é lutar e batalhar pela vitória», frase que encapsula o espírito competitivo do clube que, neste momento, ainda recebe o FC Paços de Ferreira e, na última ronda do campeonato, desloca-se ao terreno do Sporting CP.

 

Sentida mensagem aos adeptos

 

Numa declaração sentida a todos os Bravos Açorianos, Allano pediu «perdão» aos adeptos por aquela que foi uma temporada complicada para o mesmo, como «ser humano» e alguém que, na sua ótica, acabou por errar com os adeptos. Agora, no melhor momento da época, promete trabalhar para trazer alegrias a quem no estádio torce. «Aos adeptos peço perdão. Tive problemas graves, muito complicados para mim. Sou humano e errei bastante com vocês. No meu período sem competir pude refletir sobre tudo e a única forma que vos posso compensar é trabalhando arduamente em busca de vitórias e de trazer alegrias a todos vocês», prometeu.

«O que me tem guiado? Voltar mais forte»

João Costinha, exemplo de superação. Desde agosto afastado da competição, fruto de uma rotura no tendão de Aquiles que requereu cirurgia e um longo período de convalescença, o médio ofensivo conimbricense tem trabalho arduamente para voltar a treinar em pleno com o grupo de trabalho, sendo que já faz trabalho de campo e superou etapas importantes na sua recuperação. Perante os contratempos, uma atitude e estado de espírito fulcrais para o seu futuro regresso aos relvados que será, naturalmente, motivo de orgulho.

 

Bravura

 

Jogava-se a partida frente ao Moreirense FC, na qual o CD Santa Clara disponha apenas de 4 jogadores no banco de suplentes. Já nos descontos da 1ª parte, um forte revés para os açorianos. Costinha saía de maca do encontro, descobrindo-se, posteriormente, a rotura do tendão de Aquiles. A lesão, embora grave e significando que ia falhar meses de competição, foi encarada com um espírito guerreiro, repleto de bravura e à imagem do grande profissional que é.

 

Reencontro com o grupo

 

Costinha surpreendeu o grupo de trabalho do CD Santa Clara na véspera do histórico confronto frente ao Sporting, para a Final Four da Allianz Cup, acompanhando a comitiva rumo ao Estádio Municipal de Leiria com um espírito extremamente positivo e motivador para os demais colegas. Em conversa com o médio ofensivo, este explicou-nos como pode estar presente para o restante plantel, mesmo não estando apto para dar o seu contributo em campo: «Já que não posso ajudar em campo tento ao máximo ajudar fora [dele], principalmente nos momentos menos bons, para dar confiança para os próximos jogos e umas palavras de ânimo e incentivo», explicou.

«Custa-me muito mais ver os jogos de fora»

Costinha estreou-se nas competições europeias e logo com um golo, frente ao Shküpi

 

A preponderância na caminhada europeia

 

Ainda a tempo de dar o seu contributo nas competições europeias nas eliminatórias frente a Shküpi e Olimpija Ljubljana, Costinha estreou-se oficialmente nas provas continentais e com ênfase. Na primeira partida marcou frente ao conjunto macedónio aquele que seria o seu golo inaugural pelo emblema e, na Eslovénia, capitaneou o Santa Clara. A presença na UEFA Europa Conference League foi um marco história para o clube açoriano, opinião da qual partilha o médio: «Foi fantástico, foi o culminar de uma época muito boa da nossa parte. E, depois, a amargura de estar tão perto de entrar na fase grupos e não conseguirmos a qualificação» lamentando, claro, a eliminação diante do Partizan, na Sérvia.

 

Sofrer de fora

 

Costinha diz-nos que, vivendo o jogo da bancada ou pela televisão, sofre mais pela equipa. «Custa muito, muito mais ver de fora. A mim custa-me muito ver os jogos de fora, e no estádio ainda mais. Fico muito nervoso, mas sem exteriorizar», confessou, ele que numa primeira etapa fez a sua reabilitação em Portugal Continental. Nesta nova fase de recuperação exercita-se junto da equipa médica do Santa Clara que tem acompanhado minuciosamente a sua condição física e todos os aspetos fundamentais à recuperação em pleno.

«Meti na cabeça que queria voltar mais forte!»

Costinha tem lutado para voltar à plena condição física

 

Espírito gigante

 

Confrontados com a adversidade, destacam-se os verdadeiros Bravos e aqueles que ultrapassam com distinção e coragem todos os obstáculos. Perante lesão e a impossibilidade de contribuir com aquilo que mais desfruta, jogar futebol, Costinha diz-nos que encarou o problema físico como uma oportunidade para regressar revigorado e no seu melhor: «Rapidamente meti na cabeça que queria voltar mais forte do que estava, e é isso que me tem guiado. Apesar de vários azares tem sido isso que me tem motivado.»

 

A mensagem aos adeptos

 

Costinha não quis deixar em claro o apoio incondicional dos Bravos Açorianos, deixando uma promessa à massa associativa do Santa Clara: «Quero dizer aos adeptos que este grupo vai lutar sempre pelos 3 pontos em qualquer jogo, de modo a ter a melhor classificação possível, para levar a região dos Açores bem longe como temos vindo a fazer nos últimos anos», afirma. É esta a convicção de todo o grupo de trabalho que tem honrado nobremente a região.

 

A  vontade de regressar

 

«Neste momento já me encontro no campo a fazer variadas coisas, ainda que sozinho, no sentido de voltar aos treinos normalmente com os meus companheiros na máxima forma!» exclama o médio do Santa Clara, para terminar a conversa. Diante de um problema grave, como é do conhecimento geral, ainda mais vincada é o desejo de regressar e dar o seu contributo a um grupo que tem apoiado o atleta durante todo este árduo e extenuante processo – que, no final de contas, vai valer a pena. Assim se vêm os Bravos.

«Vou-me entregar a 100% a cada jogada»

Óscar Barreto assinou pelo CD Santa Clara em janeiro e já deixou a sua marca no emblema açoriano. Como suplente de impacto, as suas duas assistências diante do Vizela foram fundamentais para carimbar a vitória na partida da 25ª jornada, garantindo a continuidade do registo de invencibilidade caseiro dos açorianos. Em conversa com o departamento de comunicação do Santa Clara, o colombiano analisa o atual momento da equipa e deixa uma importante mensagem aos adeptos, apelando a que continuem a mobilizar-se em força nesta importante reta final de campeonato.

 

Entrar. Assistir. Assistir mais uma vez.

 

A partida diante do Vizela foi difícil, como todas o são no campeonato português, e Óscar Barreto foi um dos protagonistas a desbloquear um jogo extremamente compacto. O colombiano entrou ao minuto 64′ tal como Rui Costa, em dupla alteração, e contribuiu com duas assistências. No primeiro passe para golo assistiu Cryzan e, no minuto 90, bateu rapidamente o livre que proporcionou um momento sublime para Rui Costa. Foram as suas primeiras contribuições diretas para golo no futebol português desde a temporada 2017/2018, época na qual representou o Rio Ave.

 

«O que todos os jogadores querem»

 

A sua exibição frente ao Vizela, disse-nos Óscar Barreto, foi «o que todos os jogadores querem», explicando as suas declarações: «[Foi] Entrar, contribuir e ajudar a equipa a conquistar a vitória. Graças a Deus consegui as duas assistências e celebrar os três pontos, que são o mais importante. Temos de continuar a somar vitórias em casa, a seguir por este caminho. Estou muito feliz e espero continuar a ajudar a equipa», atirou, ressalvando que é importante manter o caminho dos triunfos.

«O futebol português é muito tático, de muitas movimentações e inteligência»

Depois da temporada em Vila do Conde, Barreto representou o Millionarios da Colômbia e, por último, os peruanos do Sport Huancayo

 

Círculo completo

 

Do Rio Ave, por empréstimo do histórico colombiano Millionarios de Bogotá, o sul-americano voltou ao clube depois do período de cedência. O próximo capítulo da carreira iria vê-lo nos peruanos do Sport Huancayo, tendo contribuído com 4 golos e duas assistências em 30 jogos. Em janeiro deste ano, chegando a proposta do Santa Clara, o extremo regressava ao futebol português, no qual tinha deixado boas indicações e, daí, tendo estado referenciado pelos dirigentes dos insulares. «Quando recebi a proposta senti-me muito feliz. Queria voltar ao futebol português e à Europa, não hesitei [aceitar] por um segundo.»

 

Da América do Sul para Portugal, uma questão tática

 

Questionado pelo departamento de comunicação do clube sobre as mais evidentes diferenças entre o futebol português e/ou europeu, e o sul-americano, Barreto não hesitou em responder que, fundamentalmente, as distinções debruçam-se sobre questões de ordem tática: «O futebol português é muito tático e de muitas movimentações, muita inteligência. Talvez na América do Sul o futebol seja mais de desequilíbrios e jogadas individuais. O futebol português é muito mais rápido, é tudo a um ou dois toques», referiu, ele que já é versado em ambas as realidades futebolísticas.

 

Chegar, ver e… não perder 

 

A chegada de Óscar Barreto coincidiu com a chegada de Mário Silva para o comando técnico do Santa Clara, que se juntou aos elementos do corpo técnico já presentes no clube. A simbiose com o grupo de trabalho significou, portanto, o melhor momento da temporada. Desde que chegou ao clube passaram-se 10 jogos, sendo que o Santa Clara apenas conheceu o sabor da derrota em apenas duas ocasiões (Sporting, na Allianz Cup, e Benfica, no campeonato). O colombiano realizou, até ao momento, 6 jogos pelos açorianos. Já foi titular em duas ocasiões, frente a Boavista e Benfica, e consagrou o seu bom momento com assistências para golo frente ao Vizela.

«No jogo contra o Vizela notou-se que os adeptos nos ajudaram até ao final»

Barreto assistiu Cryzan no duelo contra o Vizela

 

Não baixar os braços e continuar o trabalho

 

Vivendo por larga margem o período mais positivo da temporada em termos de resultados e exibições, Barreto considera «importante» manter o foco para as próximas partidas, fazendo o apelo para que o grupo «não baixe os braços» e não viva conformado com os bons jogos do passado recente.

 

«O momento do Santa Clara é muito, muito bom. Temos conseguido consolidar-nos um pouco mais nesta Liga pela forma como estamos a jogar e trabalhos diariamente, o que se nota dentro de campo. [Na segunda volta] só perdemos contra o Benfica e mesmo assim fizemos um grande jogo lá, e acho que tínhamos merecido o empate. É um final de campeonato muito importante para nós, em que não podemos baixar os braços e o rendimento. A acabar o campeonato, isso é o mais importante.»

 

Nada menos que 100% em todas as jogadas

 

Além de dotado tecnicamente, Óscar Barreto é um jogador dotado de uma tremenda raça e atitude dentro de campo, algo que define o grupo de trabalho do Santa Clara na seriedade e esforço com que aborda os jogos e o processo de treino. Aos adeptos do clube, aos quais o colombiano faz o apelo para que continuem a apoiar a equipa, explica que jogador podem esperar de si: «O que os adeptos precisam de saber sobre mim como jogador é a entrega à equipa. Em cada minuto, cada jogada, vou entregar-me a 100%.»

 

Quer faça chuva, quer faça sol

 

Apesar das condições climatéricas adversas que se fizeram sentir na receção ao Vizela, mais de 1000 Bravos Açorianos marcaram presença no Estádio de São Miguel no duelo da 25ª jornada, frente ao Vizela, e Óscar Barreto reconheceu que o seu contributo vindo das bancadas foi vital para, dentro de campo, garantir a vitória e lutar até aos últimos instantes: «A mensagem que deixo aos adeptos é que nos continuem a apoiar a casa e, aos que possam, fora de casa. Acho que na partida contra o Vizela se notou que os adeptos nos ajudaram até ao final, e viu-se no resultado.»

«Estamos unidos a remar para o mesmo lado»

Rui Costa vive um bom momento no CD Santa Clara. Natural de Vila Nova de Famalicão, o avançado está às portas de concluir 50 jogos pelos açorianos e terá possibilidade de alcançar esse marco justamente na cidade de origem frente ao clube em que deu os primeiros passos no futebol. O mais recente vencedor do ‘Golo da Jornada’ da Liga Portugal, numa semana que antecede um jogo naturalmente especial, conversou com o departamento de comunicação do Santa Clara para descrever o seu momento individual, coletivo e fazer a retrospetiva do seu primeiro ano como Bravo Açoriano.

 

Chegar à dezena em grande estilo!

 

Era difícil chegar ao 10º golo pelo Santa Clara de melhor forma. Com a partida a chegar ao final, e com os insulares a quererem selar em definitivo a vitória frente ao FC Vizela, debaixo de forte chuva e vento, Rui Costa aproveitou primorosamente um livre cobrado rapidamente por Óscar Barreto, escapando da oposição contrário e picando o guarda-redes adversário com toda a classe do mundo. Com influência no golo que inaugurou o marcador, sendo opositor direto de Bruno Wilson que introduziu a bola na própria baliza, a sua exibição na 25ª jornada do campeonato valeu-lhe a atribuição do prémio de ‘Homem do Jogo’. Em declarações ao departamento de comunicação do Santa Clara, o avançado mostrou-se contente com a distinção de ter inclusive o ‘Golo da Jornada’, mas enfatizou que o coletivo impera. «Acho que ganhar o golo da jornada é muito bom, é um reconhecimento do nosso trabalho. Mas o mais importante foi mesmo conseguir selar o jogo e dar os 3 pontos ao Santa Clara. Conseguimos, e isso foi o mais importante», atirou.

 

Se o coletivo está em sintonia, as individualidades sobressaem 

 

Com 8 contribuições de golo na presente edição do campeonato — 5 remates certeiros e 3 assistências —, Rui Costa atribui o mérito ao coletivo pelas exibições recentes e, no cômputo geral, pela união de todo o grupo de trabalho. «O momento do Santa Clara passa por um grupo enorme que temos e uma tranquilidade de acreditar naquilo que podemos entrar em campo e fazer», começou por dizer, convictamente. «Estamos todos unidos a remar para o mesmo lado e isso nota-se em campo. Se o Santa Clara em si estiver bem, o individual também.»

«O regresso a Portugal foi muito fácil. Quando recebi a proposta nem pensei duas vezes…»

FOTO: AD Alcorcón/RCD de La Coruña

 

A passagem por um histórico europeu

 

Depois de representar vários emblemas no futebol português, 2019 trouxe a Rui Costa a primeira experiência no estrangeiro. O AD Alcorcón chamou pelo avançado luso que, nessa temporada a vestir de amarelo por cedência do FC Porto, apontou 3 golos e contribuiu com outras duas assistências. Seria na época seguinte, contudo, que representaria um histórico europeu que, pese embora viva dias difíceis, se traduz num dos emblemas de grande expressão no futebol espanhol: o Deportivo de La Coruña. Rui Costa juntou-se assim ao campeão espanhol da época 1999/2000, numa experiência que terminou em janeiro de 2021. O destino, esse, já todos sabemos…

 

Da Corunha para São Miguel

 

«Mal recebi a proposta do Santa Clara nem pensei duas vezes», disse-nos Rui Costa, quando questionado sobre o regresso a Portugal. O jogador ambicionava o regresso à Primeira Liga, competição em que tinha alinhado de forma breve pelo Portimonense SC. «O Santa Clara abriu-me as portas da Primeira Liga. Tive uma curta passagem pelo Portimonense, também na Primeira Liga, mas onde realmente joguei e considero que joguei na Primeira Liga foi aqui no Santa Clara que me abriu as portas e acolheu-me muito, muito bem. O regresso a Portugal foi muito fácil. A adaptação também foi muito fácil devido ao grupo que temos e à estabilidade do clube, que é muito boa», referiu.

«Estamos todos unidos a remar para o mesmo lado e isso nota-se em campo»

Rui Costa, instantes antes de apontar o golo da jornada 25, frente ao FC Vizela

 

Um primeiro ano para relembrar…

 

Rui Costa chegou ao Santa Clara em janeiro e, até ao final da temporada, apontou 4 importantes golos na história caminhada dos Bravos Açorianos. Na região há mais de 1 ano, o avançado faz um balanço muito positivo da sua estadia no clube até ao momento: «O meu primeiro ano foi muito bom a nível individual e coletivo, que é o mais importante. Conquistamos muitas coisas como um lugar na Conference League, algo histórico para o clube e isso é sem dúvida o mais importante porque ficamos na história do Santa Clara e do futebol português.»

 

Um regresso muito especial numa tarde que pode ser simbólica

 

A um jogo de cumprir a marca dos 50 pelo Santa Clara, Rui Costa pode fazê-lo no Municipal de Famalicão, um palco especial para o atleta. Natural de Vila Nova de Famalicão, alinhou nos escalões jovens do clube de 2005 a 2013 e mais tarde, como profissional, em 2017. O jogador de origem famalicense refere que será um jogo bastante disputado, com ambas as equipas a lutar pelos 3 pontos no Minho.

 

«Fazer 50 jogos pelo clube é sempre uma marca importante individualmente, por isso fico muito feliz porque foi o clube que me abriu as portas à Primeira Liga e regressar a Portugal. Estou muito contente por isso. Jogar em Famalicão vai ser o regresso a uma casa em que já fui muito feliz, e para qualquer jogador é muito bonito jogar lá com um estádio cheio com um público muito fervoroso. Vai ser sem dúvida um bom regresso. Vamos lutar pelos 3 pontos tal como o Famalicão, mas vai ser um jogo muito especial para mim», concluiu.

«De onde venho é preciso trabalhar muito para ter oportunidades»

Mentalidade forte. É uma expressão repetida em múltiplas ocasiões por Kennedy Boateng na sua conversa com o departamento de comunicação do Santa Clara. A atravessar um grande momento pelo emblema açoriano, foi consecutivamente titular nos últimos 7 jogos e tem mostrado uma tremenda solidez defensiva. Nascido no Gana e com ligação ao Togo, já foi chamado aos trabalhos da seleção destes últimos, embora não se tenha estreado na formação orientada pelo português Paulo Duarte.

 

«Não desisto facilmente»

 

Num difícil arranque de temporada para o Santa Clara, com uma sobrecarga extensiva de jogos, o central não avançou de imediato para a titularidade e, com o decorrer da época, tem mostrado um feedback extremamente positivo que se traduziram em minutos de jogo. A sua persistência vem desde muito novo e por força das origens, como conta o atleta: «O que realmente me ajudou a melhorar foi sobretudo ter uma mentalidade forte. Como jogadores pensamos de forma diferente. Não desisto facilmente e era fácil fazê-lo. De onde venho é preciso trabalhar muito para ter as oportunidades porque não há favores. Tens de trabalhar no duro por ti próprio e manter-te focado.»

 

Processo formativo ‘à neerlandesa’

 

Desde os 10 anos na West African Football Academy (WAFA), o clube no qual Boateng fez a sua estreia como profissional tem laços intrínsecos aos Países Baixos. Esse é um aspeto que explicou e apontou como fator benéfico na sua posterior adaptação à Europa. Quando estava no Gana joguei numa academia chamada West African Football Academy e comecei a jogar muito novo, com 10 anos. A equipa que suportava esta academia era o Feyenoord, dos Países Baixos. Então, para mim, estava a ter uma experiência europeizada no Gana. A minha primeira experiência na Europa não foi assim tão difícil porque, quando ainda estava em África, tinha métodos de treino parecidos.»

 

A adaptação prática a metodologias do futebol europeu no continente africano é algo que aproxima ambos, de acordo com o atleta, que refere que essa prospeção de talento por alguns dos maiores clubes do globo é natural: «É óbvio que agora existe muito talento africano no futebol europeu, o Mo Salah e o Sadio Mané no Liverpool por exemplo. Quando vais a África vês sempre muito talento jovem e acho que é por isso que [o futebol europeu] faz tanta prospeção no continente.»

«Foi a primeira vez que experienciei o Inverno…»

FOTO: SV Ried

 

O país, a linguagem e o frio

 

Um dos aspetos mais difíceis da adaptação ao novo país, a Áustria, foram as condições meteorológicas. Kennedy Boateng confessou que, quando assinou e rumou ao LASK Linz, nunca tinha presenciado o Inverno na sua vida: «A adaptação? Para mim, a primeiro, foi muito difícil… foi a primeira vez que presenciei o Inverno, era muito frio. A Áustria que era muito fria. A linguagem também era [um obstáculo], mas tive amigos que me ajudaram a aprender e continuei a trabalhar. No futebol profissional não tens escolha, tens de te adaptar. Aprendi a língua e adaptei-me à vida na Áustria», atirou, referindo novamente a forte mentalidade como a principal arma no seu arsenal.

 

O sentimento de ser importante 

 

Kennedy Boateng chegou ao LASK Linz em 2016 e realizou 11 jogos pelo emblema da Segunda Divisão, antes de rumar ao SV Ried. Depois do período de cedência, no qual fez 33 jogos e marcou 3 golos, o central natural do Gana tornou-se numa das referências da equipa. «Não joguei muito [no LASK] e foi por isso que me juntei ao SV Ried por empréstimo de uma época. Depois, precisavam de mim e compraram-me», começou por dizer. «Joguei lá quatro épocas antes de vir para Portugal.»

 

A primeira mudança intraeuropeia 

 

Depois de temporadas de sucesso na Áustria, conseguindo num primeiro momento sagrar-se campeão da 2ª Liga pelo SV Ried – algo que já tinha feito na sua temporada de estreia pelo LASK Linz – e de na época seguinte ajudar a equipa a manter-se no principal escalão, o Santa Clara chamava e Boateng aceitava a proposta dos açorianos para, aos 24 anos, rumar ao futebol português, o qual elogiou em termos qualitativos. «Acho que a Liga Portuguesa é melhor que a austríaca, e foi um desafio para mim experienciar. Adaptei-me à realidade, mantive o foco e acho que as coisas me estão a correr bem agora.»

Trabalhar com um português no Togo

FOTO: @kennedyboatengofficial14

 

No passado mês de novembro, por ligações familiares que tornam o atleta elegível a alinhar pelas cores do Togo, Kennedy Boateng figurou na lista de convocados do selecionador nacional Paulo Duarte. O central não se estreou de forma absoluta pelos togoleses, mas integrou em pleno os trabalhos da seleção que, nesse mesmo compromisso internacional enfrentou a Namíbia e o Senegal.

«Vamos dar vitórias aos adeptos. Não os vamos desiludir»

A viver um momento muito bom no Santa Clara e nos Açores

 

Com 21 partidas disputadas nos Bravos Açorianos, o defesa reconhece que tem conseguido apreciar as suas qualidades como futebolista, focando-se no trabalho diário para continuar a melhorar junto dos restantes colegas: «Nos últimos 4 anos reconheço as minhas capacidades como central e sei das minhas virtudes. Por exemplo, sei que sou alto, tenho bom timing e que sou rápido. Normalmente, no futebol, não são muitos central altos que são muito rápidos como eu», começou. «Não consigo falar no jogo específico [em que me comecei a sentir 100% confortável], e tivemos mudanças na equipa técnica durante a temporada, o que faz com que tenhas de ter uma mentalidade muito forte. Um treinador pode não gostar do teu estilo de jogo, e quem vier a seguir pode apreciá-las. Isto é futebol. Mentalidade forte e manter o foco porque tudo pode acontecer», alertou.

 

«Foco em nós próprios»

 

Quando questionado sobre o que esperar até ao final da época, o central não espera facilitismos e apela ao coletivo. «Todos os jogos são difíceis. Podemos dizer que ‘esperamos que esta ou aquela equipa tropece’, mas o que temos de fazer é mesmo focar-nos em nós. Isso é a coisa mais importante. Quando ganhamos jogos, isso ajuda-nos a focar apenas em nós próprios. Trabalhar como uma equipa e conquistar os nossos objetivos é o mais importante.»

 

O agradecimento a quem está sempre lá

 

Ainda antes do término da conversa com o central, o apoio dos adeptos do Santa Clara não passou em claro e Kennedy Boateng não quis deixar de passar um sentido ‘obrigado’ a todos os Bravos: «Obrigado a todos por nos apoiarem. O início de época não foi fácil, mas continuaram a apoiar-nos e a acreditar em nós. Espero que continuem a apoiar-nos pois não vos vamos desiludir. Vamos dar-vos vitórias. Muito obrigado a todos.»

«Acho que me adaptei muito bem à Liga»

Aos 23 anos, e na a terceira temporada contratualmente ligado ao Santa Clara, Ricardinho finalmente mostra todo o seu talento no principal escalão do futebol português com a camisola do Santa Clara. O ‘mágico’, como tem sido várias vezes apelidado durante a época, tem 4 golos e uma assistência pelo emblema insular. O que os números não mostram, contudo, é uma enorme consistência em desequilibrar no último terço, uma fenomenal qualidade técnica e, quando solicitado, uma tremenda solidariedade defensiva.

 

Na época passada, Ricardinho representava o Torreense do Campeonato de Portugal. Antes atuou pelo Praiense.

 

Cedido ao emblema de Torres Vedras foi não só um dos grandes destaques do Campeonato de Portugal, que agora passou a ser o 4º escalão do futebol português, como justificou a presença definitiva no plantel do Santa Clara, aquando do começo da pré-temporada. Num ano a vida e carreira de Ricardinho mudaram completamente e, voltando a residir em São Miguel e com a estreia absoluta na Primeira Liga, o extremo falou ao departamento de comunicação do Santa Clara, falando nas diferenças que encontra entre os escalões e as realidades competitivas: «Acho que me adaptei muito bem, com a ajuda dos meus colegas de equipa e de toda a estrutura do Santa Clara. Senti que na Primeira Liga é preciso manter os níveis de concentração do início ao fim e o aspeto tático é muito importante, no CP por vezes os jogos são mais físicos e às vezes o espaço torna-se mais pequeno, levando a que tenhamos de decidir mais rápido», começou por dizer.

 

«Foram épocas muito importantes no Campeonato de Portugal e como eu cheguei à Primeira Liga, existem muitos mais com qualidade e capacidade para o fazer também», concluiu, deixando a mensagem para atletas que ambicionem, como Ricardinho, dar o ‘salto’ competitivo.

 

Estreia na Europa e três prémios de ‘Homem do Jogo’ depois

 

Numa temporada em que o Santa Clara já efetuou alterações no seu corpo técnico, Ricardinho foi gradualmente conquistando o seu espaço na formação dos Bravos Açorianos. Depois de duas cedências em que acabou por rumar a Praia da Vitória e Torres Vedras, o portuense já soma 32 partidas oficiais pelo clube e, além de se ter estreado na UEFA Europa Conference League, foi opção em todas as 4 competições que os açorianos disputaram esta temporada.

 

Eleito ‘Homem do Jogo’ nas partidas da 12ª, 19ª e 23ª jornada do campeonato, frente a Estoril Praia, Moreirense e Portimonense, respetivamente, Ricardinho teve um impressionante rol de 3 jogos consecutivos a marcar. Assistido por Lincoln, depois de trabalho do brasileiro, estreou-se a marcar na Primeira Liga com o golo que carimbou a vitória frente ao Sporting, por 3-2. Seguir-se-iam outros dois tentos frente a Tondela e Moreirense, e providenciou a primeira assistência na presente edição do campeonato frente ao Portimonense.

 

Quer como opção inicial — algo que tem acontecido com frequência — ou como suplente utilizado, com a óbvia função de mexer com o jogo e aproveitar possíveis espaços, Ricardinho vai tendo uma temporada inaugural de sonho pelo Santa Clara.

“Uma época de adaptação à vida numa ilha…”

FOTO: Praiense SC

 

De Vila do Conde para os Açores… mas não para São Miguel.

 

Dos sub-23 e equipa B do Rio Ave, Ricardinho foi contratado pelo Santa Clara em 2019, mas acabou cedido ao Praiense. Ainda no arquipélago dos Açores, o português teria uma época de aprendizagem e com bom aproveitamento, mas que nem sempre foi a mais fácil. «Foi uma época de adaptação à vida numa ilha em que apanhei um grupo de jogadores e equipa técnica com um caráter muito forte que me ajudaram a adaptar da melhor forma, numa época em que nem tudo foi fácil. Apesar disso foi uma época muito positiva marcada pela pausa devido ao COVID, quando a equipa se encontrava em primeiro da série com 12 pontos de vantagem.»

 

No final de contas, depois de 5 temporadas em Vila do Conde, Ricardinho contabilizou 16 jogos e 4 golos pelo emblema açoriano. Na temporada seguinte ainda passaria por outro desafio antes de se estabelecer no plantel do Santa Clara, um que se relevou de enorme importância para o seu desenvolvimento…

«Lembro-me do Torreense com muito carinho. Tenho-os sempre no meu coração.»

FOTO: SCU Torreense

 

O agradecimento a uma figura com história no Santa Clara

 

Ainda no Campeonato de Portugal, mas em Torres Vedras, Ricardinho encontrou um nome inconfundível no futebol nacional que já tinha orientado o Santa Clara: Filipe Moreira. Com vasta experiência como técnico no escalão, o extremo de 23 anos menciona o mister como um dos responsáveis pela campanha na época passada. «Foi talvez a minha melhor época em termos de números e a época em que posso considerar que o meu crescimento foi enorme, e muito se deve a toda a estrutura do Torreense, aos adeptos, a todos os meus companheiros, ao mister Filipe Moreira e respetiva equipa técnica», referiu.

 

Um dos destaques da formação de Torres Vedras, fez 10 golos e uma assistência numa temporada em que, como o próprio indica, só faltou a subida: «Estivemos muito perto da subida e penso que foi a única coisa que faltou para ser perfeita. Lembro-me sempre do Torreense com muito carinho e tenho sempre o clube no coração.»

 

Depois de prestações impressionantes, o seu talento não iria passar despercebido.

«Vivo um momento muito bom» 

A estreia… e logo na Europa!

 

Quantos jogadores podem dizer que, no espaço de menos de dois meses, passaram de um campeonato e escalão semiprofissional para disputar as competições europeias?

 

A 30 de maio de 2021, Ricardinho disputou o seu último jogo pelo emblema de Torres Vedras frente ao Vitória FC. A 22 de julho do mesmo ano, após integrar em pleno o trabalho de pré-temporada do Santa Clara, o ‘mágico’ estreou-se oficialmente pelos Bravos Açorianos… na Europa. Lançado nos últimos minutos da partida em território macedónio, frente ao Shküpi, o português carimbava assim uma estreia de sonho pelo clube, pelo resultado e significado da partida.

 

Com 32 jogos realizados e uma assistência na última partida do Santa Clara, Ricardinho assume que vive um bom momento e, sob a orientação de Mário Silva, ambiciona mais e melhor para o grupo de trabalho: «Estou a viver um momento muito bom, com muitos minutos e a conseguir somar golos e assistências, muito se deve à estabilidade que a equipa atravessa também. Quero continuar a trabalhar e com a confiança em alta para conseguir sempre mais e melhor.»

«Temos um Santa Clara forte e motivado»

«Temos um Santa Clara forte e motivado»

 

Tiago Sousa perspetivou a partida diante do Sporting CP, agendada para as 17H30 de sexta-feira.

 

O treinador Tiago Sousa marcou presença na sala de imprensa do Estádio de São Miguel, antevendo o duelo do CD Santa Clara frente ao Sporting CP, agendado para as 17h30 de sexta-feira. Para o técnico, os insulares mostrar-se-ão fortes e motivados, querendo reagir ao resultado em Paços de Ferreira, no último dia 30 de dezembro: «O último jogo não nos deu a possibilidade de conquistar pontos, o que queríamos, e vamos procurar continuar a trabalhar, em busca da nossa maior competência para encarar cada desafio com rigor, organização e uma competitividade muito grande. É este Santa Clara que temos. Um Santa Clara forte, motivado porque também vai jogar contra o campeão nacional, uma belíssima equipa em Portugal e na Europa. Portanto é um Santa Clara de elevada tração para este jogo e, assim, que esse Santa Clara também se manifeste em campo», começou por referir.

 

Face ao último resultado obtido para a Liga, e face à necessidade de pontuar, Tiago Sousa fez menção ao facto de ser «necessário» conquistar pontos em todos os desafios, independentemente do adversário: «Temos um Santa Clara com compromisso, temos de pontuar, seja com o Sporting, antes com o Paços… procuramos fazê-lo. As coisas [frente ao Paços de Ferreira] na primeira parte – e primeiros 15 minutos – estavam num rumo, e a seguir seguiram outro rumo que não era aquilo que queríamos. Fizemos esta semana por tentar reverter ao máximo esses 30 minutos finais e é isso que vamos já procurar no jogo de amanhã. O Santa Clara vai procurar pontuar, se possível com 3 pontos. Porque não? São 11 contra 11, é mais um jogo de futebol», enfatizou, fazendo referência à partida que fecha a campanha dos açorianos na 1ª volta da Liga.

 

Comentando as ausências de jogadores como Rafael Ramos ou Mikel, ambos por castigo, Tiago Sousa foi perentório, dizendo que «os grandes grupos fazem-se de todas as presenças», estabelecendo um paralelo com as ausências no plantel do Sporting CP.

 

«Para este jogo será preciso o melhor Santa Clara. E para o termos, teremos que resgatar tudo o que de bom foi trabalhado ao longo destes 3 anos e meio, tal como disse na antevisão do jogo com o Vitória SC. Terá de ser um Santa Clara fortíssimo a todos os níveis: com e sem bola, nas bolas paradas, nos momentos de perda de bola. Terá de ser um Santa Clara altamente organizado no ponto de vista coletiva e extremamente vincado no ponto de vista individual, onde cada jogador terá, de certa forma, de se superar. Ir buscar o que já desenvolveu até aqui, individual e coletivamente, e ainda acrescentar mais qualquer coisa. É para isso que cá andamos. Treinamos para acrescentar sempre qualquer coisa, preparamos cada momento competitivo como uma oportunidade de sermos melhores. É essa melhoria e desenvolvimento coletivo que promove os jogadores e os clubes a patamares superiores de rendimento. É esse Santa Clara que vai ter que, amanhã, aparecer.»

 

Frente a um adversário «consolidado», Tiago Sousa espera uma partida em que o resultado «sorria» ao Santa Clara, que entra em campo às 17h30 de sexta-feira.

«Uma tarde de sonho que jamais esquecerei»

«Uma tarde de sonho que jamais esquecerei.»

 

Na estreia absoluta do CD Santa Clara na Primeira Liga, Jorge Gamboa bisou contra o Sporting. Mais de 20 anos depois, recorda, com emoção, essa tarde histórica para o clube e região.

 

Sexta-feira, véspera de fim-de-semana, a 21 de agosto de 1999. O Estádio de São Miguel, repleto de público, recebia a estreia absoluta do CD Santa Clara no principal escalão do futebol português. A apadrinhar a estreia? O Sporting CP, que seria campeão nessa temporada, e que começava nos Açores a sua caminhada na prova. Com orientação técnica de Manuel Fernandes, por sua vez uma das grandes figuras da história dos verde e brancos, reuniam-se condições para um espetáculo memorável em Ponta Delgada.

 

A figura da partida seria Jorge Gamboa, que chegou aos insulares no mesmo verão. Em declarações ao departamento de comunicação do Santa Clara, o antigo jogador do clube recordou a mítica tarde nos Açores e cujos seus golos, além de valerem o empate, foram os primeiros marcados pelo emblema na Primeira Liga.

 

«Ainda sou relembrado por esse acontecimento, um dia que ficou na memória de milhares de açorianos!», começou por fazer menção. «Foi uma semana com uma envolvência fantástica, toda a ilha falava no mesmo: a estreia do Santa Clara na Primeira Liga! Para acrescentar ao momento, o Santa era treinador por uma enorme referência do Sporting, nada menos que o mister Manuel Fernandes… ainda mexia mais com a comunicação social» disse Jorge Gamboa, em referência ao mediatismo que ditou os dias anteriores à estreia dos encarnados no convívio dos grandes do futebol nacional. Era antevisto, pois, um momento histórico.

 

Naquela que, para o lado do Sporting, seria a estreia no campeonato de nomes como Peter Schmeichel, André Cruz ou Toñito – que em 2001/2002, cedido pelos ‘leões’, fez uma temporada de grande calibre no Santa Clara -, a semana foi também marcada pelo aumento dos voos de Portugal Continental para São Miguel, como recorda Jorge Gamboa: «As companhias aéreas aumentaram o número de ligações só por causa desse jogo! Chegado finalmente o momento do jogo, bancadas e lotação quase esgotadas». Era momento da bola rolar…

 

… e de Jorge Gamboa se tornar, em 45 minutos, um nome que constava nos livros de história do CD Santa Clara. Ao minuto 23, depois de grande trabalho na direita de George Paladini, também um dos históricos do clube, Gamboa recebia e rematava de pé direito, colocado ao segundo poste. Inaugurava o marcador, fazendo assim o primeiro golo de sempre do Santa Clara na Primeira Liga. Momento apoteótico no Estádio de São Miguel. Depois de Edmilson atirar uma grande penalidade ao poste, falhando o empate para o Sporting, o extremo dos açorianos voltava a marcar no encontro: na sequência de um cruzamento de Clayton pela esquerda, cabeceamento em mergulho a bater, novamente, Schmeichel.

 

Na segunda parte, com golos de Edmilson e Beto Acosta, os lisboetas acabariam por colocar o resultado final em 2-2, algo que não apagou o orgulho num dia e resultado absolutamente histórico para o Santa Clara e, claro, para Jorge Gamboa. «O resultado não foi de todo o mais satisfatório porque não conseguimos segurar uma vantagem de 2 golos, mas foi uma estreia quase perfeita ou de sonho para todos os Santaclarenses! Para mim, uma tarde que jamais esquecerei, de uma felicidade imensa».

 

Fica ainda lançada a perspetiva do herói daquele dia voltar a São Miguel, esta temporada, para ver um jogo do Santa Clara. Até porque o seu filho seguiu-lhe as pisadas: o médio João Gamboa também está na Primeira Liga. «Este ano pode ser que volte à ilha para ver o jogo do Santa Clara frente ao Estoril, que o meu filho joga lá, e dê para matar saudades dessa ilha fantástica com pessoas do melhor que apanhei da minha vida! Posso dizer com um orgulho enorme que ainda mantenho essas amizades que o Santa me proporcionou!»

Nuno Campos: «O que me faz estar aqui é acreditar neste projeto»

Confiante no projeto.

 

Assim se mostrou Nuno Campos, na sua apresentação como treinador do Santa Clara: com crença no projeto desportivo dos açorianos, e com pretensões de o estabilizar no convívio dos grandes em Portugal.

 

“Vamos dar os primeiros passos a partir de agora e acredito que o futuro será brilhante.”

 

Nuno Campos, junto do presidente da SAD, Ismail Uzun, foi apresentado na segunda-feira como treinador do Santa Clara. Aos 46 anos, uma oportunidade que surge na carreira uma vez que houve crença no projeto desportivo do Santa Clara, nos jogadores que integram o plantel e na estrutura que no lisboeta confiou para abraçar um novo capítulo profissional. “Tive abordagens dos mais diferentes quadrantes, quer do estrangeiro, quer em Portugal, mas o que me faz estar aqui é o eu acreditar neste projeto, é o eu acreditar nestes jogadores, é o eu acreditar na estrutura. É acreditar que é possível fazer um bom trabalho.”

 

Sabendo que o clube terminou a temporada passada com recordes somados, mas com alguns percalços na presente época, fruto também de circunstâncias imprevistas e que em nada beneficiaram o grupo de trabalho, com uma sobrecarga de jogos combinada com um elevado números de baixas, o treinador do Santa Clara dá a receita: crescer, mas de forma sustentada. “Focando-me no presente do Santa Clara, quero que no futuro cresça de forma sustentada. Não adianta olharmos muito para a frente e pensarmos em coisas megalómanas, se nós, no presente, não fizermos o suficiente para que a equipa cresça de forma sustentada.”

 

Com uma ideia de jogo desenvolvida ao longo da última década e meia, com mais de 650 jogos realizados na área técnica, Nuno Campos traz experiência e princípios de jogo bem definidos. Dá primazia ao comando “do jogo com bola” e, independentemente das circunstâncias envoltas na partida, ser “dominador” e encarar qualquer adversário com confiança. “As minhas equipas são equipas que gostam de assumir o jogo. São equipas que gostam de ter uma dinâmica de mandar no jogo, independentemente do adversário.”

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