As histórias, os episódios marcantes, os festejos daquela vitória, a festa daquela subida. As tuas histórias são as histórias do CD Santa Clara. É altura de as partilhar connosco. ‘O Relato do Bravo’, a nossa mais recente rubrica, começa com a história do adepto Edmundo Engrácio que, outrora, sozinho no antigo Estádio das Antas, ostentou o sonho de uma região.
‘Na altura estudava em Braga e acompanhava o Santa Clara em praticamente todos os jogos disputados no continente. O jogo nas Antas acabou por tornar-se viral na altura. Era uma quarta-feira a meio da tarde, em jogo a contar para a Taça de Portugal, o Estádio tinha uma das piores assistências da época, talvez não mais do que 10.000 pessoas.
O Estádio apenas abriu as bancadas centrais e o topo sul onde estava a claque do FC Porto. O meu bilhete era para essa bancada, contudo obviamente que não podia ficar la. O diretor de segurança do Porto teve a delicadeza de reencaminhar-me para o sector visitante.
Assim que começou o jogo comecei a apoiar como sempre, mas neste jogo o apoio era extremamente ruidoso e ecoava nas bancadas do Estádio.
Lembro-me que no relato da TSF, o saudoso Jorge Perestrelo nem queria acreditar no que estava a acontecer. Ou então da descrição feita pelo falecido dirigente do Santa Clara, Fernando Farias, sobre a reacção incrédula do presidente do FC Porto (Jorge Nuno Pinto da Costa) no camarote do Estádio das Antas. Recordo-me também de Paredes, atleta do FC Porto, que após ter inaugurado o marcador na 2 parte, celebrou o golo com o dedo em riste, a mandar-me calar, junto à bancada onde me encontrava.
Existe sempre o lado romântico do futebol onde o adepto acredita que pode ter influência no desfecho da partida. Neste jogo em particular acredito que foi um destes casos, onde o Santa Clara fez um jogo de grande qualidade e só perdeu no prolongamento por manifesto azar’.