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‘Foi uma exibição mágica’

22 de Dezembro de 2001, Estádio de São Miguel, 16ª jornada da Primeira Liga Portuguesa a opor CD Santa Clara e FC Porto. A bruma descia dos céus, envolvendo-se pelas bancadas, beijando o relvado e dançando sumptuosamente com a noite feita de basalto que velava o sonho de um povo. Era dia de vencer.

 

George, Toñito e Figueiredo formavam a santíssima trindade açoriana, eram donos da criatividade e da magia insular, atrás, a sala de máquinas onde operavam Míner e Paiva. E, mais atrás, defesa de betão. Não havia homem que por ali passasse. Telmo, Rui Gregório, Sérgio Nunes, Sandro Barbosa e Portela eram os fieis escudeiros do angolano Fernando Pereira. Manuel Fernandes, timoneiro e voz de comando de um grupo de bravos que queriam fazer história.

 

E nas bancadas milhares de almas sedentas por liberdade e afirmação. E viriam a fazê-lo. A noite tinha sotaque insular… das Canárias. Antonio Jesús García González, conhecido no burgo por Toñito, viria a inscrever o seu nome no livro de histórias do CD Santa Clara. Ao minuto 18 convertia, eximiamente, uma grande penalidade e abria o marcador. No segundo tempo, dez minutos depois do seu reatamento, era hora de bisar. O jogo ficava fechado. Já se ouvia o grito de um povo. Hélder Postiga ainda ameaçou estragar a festa mas nada havia a fazer.

 

Era dia de Açores. Era dia de Santa. Pela alma de Natália, mão de Antero,  guiados por Nemésio, esperança de um povo e pela voz de um espanhol das ilhas  Canárias que naquele dia era nosso, era história.