Foi preciso muito para nos derrubar.
Mesmo reduzido a 10 jogadores, sem que nada o fizesse prever, o CD Santa Clara mostrou a alma insular e batalhou até aos últimos instantes.
Terminou na quarta-feira a campanha histórica do CD Santa Clara na Allianz Cup, depois da meia-final frente ao Sporting CP. Impera, acima de tudo, o orgulho pelas nossas cores e a resposta que deixamos em campo contra um adversário de grande qualidade. A verdade é que foi preciso muito para nos derrubar – uma longa interrupção e uma expulsão depois, e batalhando frente ao campeão nacional, o Santa Clara não arredou pé.
Naturalmente, e até porque defende o título na competição, o Sporting entrou superior na partida e, embora não tendo dispondo de oportunidades flagrantes para fazer golo, acabou por limitar as ações com bola do Santa Clara. Gradualmente a equipa de Mário Silva foi procurando a resposta e acabou mesmo por chegar à vantagem. Ainda a distância considerável, e com uma barreira de apenas 2 elementos, Lincoln aproveitou o espaço para converter um brilhante livre direto, de pé esquerdo. Estava aberto o marcador em Leiria.
À procura de repor a igualdade, o Sporting acabou por vir tal acontecer por um autogolo de Mikel, quando o venezuelano procurava desviar um cruzamento tenso de Nuno Santos. A bola acabou por ir ao fundo das redes, mas podia não ter sido esse o resultado ao intervalo: depois de livre em posição lateral, Cryzan cabeceou ao poste de Adán. Por pouco não tivemos nova vantagem açoriana, mesmo à boca do intervalo.
A verdade é que nos primeiros 45 minutos, apesar do adversário se superiorizar de forma imensa na posse de bola, ambas as formações dispuseram dos mesmos (3) remates à baliza. Sempre que foi a territórios mais avançados o Santa Clara mostrou perigo.
No segundo tempo ficou patente, no primeiro quarto-de-hora, que o Santa Clara conseguiu muito bem gerir o ritmo de jogo, impedindo que o Sporting pudesse, com maior conforto, impor as suas ideias de jogo. Até ao momento que inevitavelmente mudou radicalmente a partida e, tem de se dizer, limitou o espetáculo: numa bola que parecia não ir direccionada à baliza de Ricardo Fernandes, e em que num primeiro momento até há um desvio com a coxa, foi deliberada uma grande penalidade e consequente expulsão de Rui Costa.
Depois de longa paragem no encontro e concretização bem-sucedida de Pablo Sarabia, o Santa Clara via-se a perder pela 1ª vez no encontro, e com menos 1 jogador em campo. Naturalmente, e com vantagem, o Sporting conseguiu gerir melhor e impedir que o Santa Clara pudesse responder com outros argumentos. Pese embora o desafio titânico, os açorianos ganharam novo fôlego com as substituições promovidas por Mário Silva e, com mais coração que outra coisa, procuraram a baliza adversárias e em diversas ocasiões, com outra definição, podiam inclusive ter ameaçado de forma séria as redes de António Adán.
É preciso reiterar, de novo, que foi preciso muito para derrubar o CD Santa Clara que fez das tripas coração. Contudo, permanece o nosso orgulho de ter chegado a esta fase da competição e de, na adversidade, darmos uma perfeita mostra de quem somos e do quão unidos permanecemos.