Alma e crença insular
Diante do SC Farense, o CD Santa Clara carimbou a passagem à fase de grupos, num jogo que terminou empatado a zeros. O resultado espelha o equilíbrio que pautou o duelo. Nem sempre a jogar bem, viu-se um CD Santa Clara igual a si mesmo-abnegado e com alma-, até ao último instante.
O CD Santa Clara entrou com o pé direito na nova edição da Allianz CUP, depois de ter eliminado o SC Farense, na sequência das grandes penalidades. A equipa somou mais um resultado positivo e avolumou o número de jogos consecutivos sem sofrer qualquer golo, reforçando o epíteto de equipa coesa defensivamente. Ora, foi essa coesão a chave da passagem à fase de grupos da Allianz CUP. E… um bocadinho de sorte.
À sua imagem e semelhança, o CD Santa Clara entrou na partida pressionante e causando dificuldades à equipa da casa. A verdade é que a boa entrada da equipa acabaria por ser travada por um drástico aumento dos níveis de agressividade (no bom sentido do termo) da equipa algarvia. A equipa assomava algumas dificuldades na primeira fase de construção, face a uma pressão asfixiante dos da casa. Inteligente, ciente das dificuldades, a equipa procurou contornar a estratégia da equipa orientada por Jorge Costa, procurando a profundidade no jogo mas sem grandes efeitos práticos. Do outro lado, defensivamente, a equipa mostrava-se segura diante das ameaças caseiras.
No segundo tempo mantinha-se a mesma toada. O CD Santa Clara sentia dificuldades para contornar a pressão alta do Farense, perdendo algumas bolas em terrenos perigosos… embora sem grandes efeitos práticos, visto que Ricardo Fernandes seria chamado a intervir apenas uma vez. O equilíbrio no jogo adensou-se com a entrada de Júlio Romão. O médio brasileiro regressou aos relvados, nove meses após longa lesão e ajudou a conter o ímpeto ofensivo adversário. Daniel Ramos promoveu mais alterações no onze, sempre com o desígnio de procurar equilibrar a equipa.
Sem desatar o nó nos noventa minutos regulamentares, era altura de desempatar a contenda na marcação de grandes penalidades. O Farense não conseguiu afinar a pontaria. Primeiro os postes da baliza, depois um enorme Ricardo Fernandes selaram o apuramento para a próxima fase da competição. A equipa regressa agora aos Açores, onde vai preparar o próximo jogo diante do NK Olimpija, a contar para a terceira pré-eliminatória da Conference League.