Tanta personalidade não merecia tamanho azar
O CD Santa Clara entrou e permaneceu personalizado até final. Olhos nos olhos do líder do campeonato, a equipa controlou bem todas as investidas dos leões que pouco incomodaram Marco Pereira durante os 90 minutos. No suspiro final do jogo, o azar bateu a porta e evitou a conquista de um ponto mais do que justificado.
Linhas subidas, equipa sem medo de ter a bola, ousada na construção e procurando provocar desequilíbrios no adversário através da irreverência dos homens da frente. Foi assim que o CD Santa Clara se apresentou em campo, fazendo jus ao epíteto de bravos açorianos. A equipa não se atemorizou diante do líder do campeonato e não foram raras as vezes em que a equipa se balanceava para o ataque, obrigando os leões a baixarem linhas, defendendo próximo da sua baliza. Numa das várias tentativas em sair a jogar, o Sporting CP aproveitou e inaugurou o marcador, corria o minuto 22. O golo acabaria por provocar uma quebra na produção ofensiva da equipa. Apesar de pouco inspirada, a equipa assumiu a partida, tentando chegar à baliza de um adversário que imprimia um ritmo baixo na partida.
No segundo tempo, novamente, mais Santa Clara no jogo. Mais aproximações, mais combinações pelo meio-campo e os homens da frente finalmente se soltavam. Nesta altura e, durante a quase totalidade desta segunda metade do jogo, o Sporting optava por baixar linhas, entregando a batuta do jogo à equipa que fazia por merecer. Morita e Lincoln, principalmente, agarravam no jogo ofensivo da equipa, entregando nos irreverentes e verticais avançados da equipa, Allano e Carlos Jr. Mesmo com o Sporting CP a tapar todos os caminhos para a sua baliza, não houve nunca um baixar de braços. Prova viva é que o golo do empate acabaria por chegar. Rui Costa, homem que entrou para substituir o lesionado Cryzan, aproveita uma bola perdida na pequena área leonina e atirou a contar para o empate, naquela que foi a estreia do avançado a marcar com a camisola do clube.
Com o jogo perfeitamente controlado, eis que surge um verdadeiro balde de água fria para os bravos açorianos. Num lance fortuito, o Sporting acabaria por chegar ao golo da vantagem. A atitude da equipa, a exibição personalizada, confiante e abnegada mereciam bem mais. O ponto era mais do que justificado e servia como justo prémio para a equipa que mais trabalhou durante a contenda. Resta-nos agora levantar a cabeça e preparar a próxima batalha no nosso reduto.