Diante do Sporting CP, Lincoln assumiu a batuta do jogo ofensivo da equipa e rubricou, muito provavelmente, a sua melhor exibição com a camisola do CD Santa Clara desde o início da temporada. Aproveitando o espaço entre sectores, o canarinho virou-se de frente para o jogo e pelos seus pés passaram grande parte do jogo da equipa. Ora mais à frente a pressionar a construção do adversário, ora mais atrás proporcionando a criação e construção de jogadas, revelou-se fundamental na estratégia coletiva traçada por Daniel Ramos.
Capaz de ditar os ritmos de jogo, a decidir invariavelmente bem e a desvendar os melhores caminhos em direção à baliza adversária, Lincoln percebeu sentiu-se como peixe na água. O brasileiro flutuava entre posições mais adiantadas no terreno, mostrando uma capacidade de pressão e abnegação assinalável e posições mais baixas, onde acabaria por emprestar mais da sua qualidade ao jogo da equipa. Para além da qualidade de passe, criatividade e clarividência no meio campo, revelou, mais uma vez, a qualidade nos lances de bola parada, causando autênticos calafrios à defensiva adversária na cobrança de faltas ofensivas.
Depois de um início de época algo intermitente e marcado por algumas lesões, parece estar finalmente a assumir-se no onze da equipa, revelando caraterísticas até antes pouco vistas e tornando-se um jogador muito mais completo e preparado para as exigências do futebol europeu, sobretudo do ponto de vista tático, já que no capítulo técnico pouco há a assinalar.