A carreira de Lincoln ao serviço do CD Santa Clara tem vindo a ser construída a pulso, conhecendo nos últimos meses um crescimento exponencial. Ao mágico brasileiro era-lhe acusada alguma falta de agressividade no momento sem bola e alguma falta de intensidade com ela para que pudesse dar o salto para outro patamar qualitativo. Verdade seja dita que, sob a orientação do mister Daniel Ramos, o canarinho limou as arestas do seu jogo e é hoje um médio ofensivo cada vez mais completo.
Diante do SL Benfica segurou a bola quando a equipa mais precisava, permitindo que a mesma pudesse subir no terreno, pautou os ritmos de jogo, conseguindo imprimir velocidade para desmontar a estratégia defensiva adversária e alguma acalmia, quando a equipa precisava de se reconstruir na posse. A melhoria na vertente defensiva é outra das grandes novidades no jogo do médio. Aliás, a agressividade defensiva do atleta acabaria por ficar bem patente no lance do golo dos açorianos, recuperando uma bola em zonas altas bastante altas no terreno.
Tudo o mais, é já sobejamente conhecido. Lincoln possui uma relação de intimidade com a bola ao alcance de poucos. Sabe-a tratar, colocando-lhe onde a deseja através dos olhos estampados nas botas. O canhoto é um poço de magia, capaz de se reinventar, protegendo a bola eximiamente e oferecendo-a aos homens da frente.