«Não entramos em jogo nenhum para empatar. Será assim contra o FC Porto ou qualquer equipa.»
Ciente do desafio em mãos, Nuno Campos expressa o desejo de voltar a bater o FC Porto, sendo o Santa Clara a única equipa no futebol português a conseguir derrotar os azuis e brancos na presente temporada.
Nuno Campos, treinador do Santa Clara, marcou presença na sala de imprensa do Estádio de São Miguel para, junto da comunicação social, perspetivar o encontro de domingo, frente ao FC porto, agendado para as 16h00 de domingo no Estádio de São Miguel.
O técnico dos Bravos Açorianos começou por deixar uma palavra positiva para o grupo de trabalho: «A equipa treinou muito bem e está preparada para fazer um jogo do mesmo nível que fez anteriormente. Sabemos da qualidade do FC Porto, é o líder da Liga. Ainda na quarta-feira calou San Siro e sei a dificuldade que é isso acontecer. É uma equipa que prestigiou o futebol português na Liga dos Campeões e sabemos – também sabíamos antes – a dificuldade do adversário. Também, factualmente, só há duas equipas nesta temporada que ganharam ao FC Porto: a primeira foi o Liverpool e a outra foi o Santa Clara. Sabemos que é difícil, mas temos armas para o fazer.»
Nuno Campos viu retirados do boletim clínico do Santa Clara os nomes de Rafael Ramos, Cryzan e Boateng, podendo ser opções para deixar o seu contributo no duelo de domingo.
Questionado sobre as declarações de Sérgio Conceição, que perspetivou o possível onze dos açorianos na partida de domingo, imperou a boa disposição na resposta do treinador do Santa Clara: «O Sérgio é muito experiente. Vamos ver, depois podemos conferir no final do jogo se acertou no onze ou não.»
Ainda relativamente ao jogo da Allianz Cup, em que o Santa Clara derrotou o FC Porto por 3-1, Nuno Campos falou na questão do mérito do Santa Clara, contra o demérito do FC Porto: «Acabamos por aceitar que quando uma equipa grande perde fala-se normalmente do demérito dessa equipa. Acho que a melhor resposta para isso foi a resposta do Sérgio Conceição nesse jogo, que admitiu que nós fizemos um grande jogo apesar de algum demérito deles. De facto, depois do jogo admitiu o grande mérito que tivemos nesse jogo. Não é fácil o treinador de uma equipa grande reconhecer, em conferência de imprensa, o grande mérito do Santa Clara. Tenho de dar um estímulo especial e agradecimento ao Sérgio porque não o disse apenas para ficar bem. Disse-o de forma genuína, de coração. É a coisa mais positiva que tiro de tudo o que se disse em volta ao demérito do FC Porto, contrapondo com as declarações do Sérgio Conceição que deu muito mérito ao Santa Clara.»
Referindo que «não existem jogos iguais», Nuno Campos fala de um FC Porto em «sobreaviso, fruto do resultado [da partida anterior frente ao Santa Clara]» e de um «desafio árduo» frente ao atual líder do campeonato.
Ciente da necessidade de pontuar para inverter o rumo dos acontecimentos no campeonato, Nuno Campos dispensa o cenário de entrar em campo, no domingo, para perseguir o ponto: «Não entramos em jogo nenhum para empatar. Será contra o FC Porto ou contra qualquer equipa. Temos em mente impor o nosso jogo, jogar da nossa maneira e fazer o nosso melhor. Em mente estará sempre a vitória. Este jogo é o mais importante porque é o próximo, e será sempre para ganhar. Ficarão a faltar 23 jogos, são muitos, e sabemos que vamos sair desta situação. Pelo que andamos a fazer em campo já merecíamos, até, outro tipo de resultados. Resta-nos continuar a trabalhar da mesma forma, e a melhorar, para depois a posição do Santa Clara ser outra.»
Abrindo o livro, abordando futebol no seu estado mais puro, Nuno Campos explicou a opção de não entrar em campo frente à Belenenses SAD com uma referência de ataque posicional, pela procura do espaço: «O Jean Patric e o Luiz Phellype são jogadores diferentes. A Belenenses SAD, por ter mudado de treinador, defrontamos esse mesmo treinador, o Filipe Cândido, em Leiria. Fomos pressionados à frente pela União de Leiria, tal como o Belenenses tentou inicialmente. O Jean é um jogador muito mais de espaço como o Luiz, muito mais de apoio. Íamos ser pressionados e o Jean ia ter muito mais espaço. À segunda vez que saímos para o ataque, começamos a construir desde trás e criamos uma situação que deu canto, o treinador do Belenenses decidiu, estrategicamente, não nos pressionar mais. Aí o Jean passou a ser um jogador que, dentro de uma característica de um jogo, passou, talvez, a não encaixar tanto na característica seguinte. No intervalo coloquei o Luiz, porque é um jogador de menos espaço, mas mais toque e relações curtas. Ao intervalo fiz questão de mudar porque, em termos estratégicos, o jogo mudou completamente.»
Nuno Campos terminou por deixar uma mensagem aos Bravos Açorianos: «Gostaria de deixar um apelo ao nosso público que tem sido excelente ao momento, que tem tentado incentivar a equipa. Eu próprio tenho tentado que os jogadores vão à bancada Açores, além da central, de forma a também puxar pelo público. Acho que nos devem também isso, além de resultados. Isso fará com que venham mais ao estádio, venham aplaudir e apoiar a equipa. Nós próprios estamos cientes que também temos de puxar por eles e, pelo carinho que os adeptos nos têm mostrado, temos de fazer a nossa parte: ganhar jogos e sair desta situação. O nosso público tem sido excecional até ao momento.»