«O Santa Clara é um clube que merece união»
Mário Silva fez o apelo para que os adeptos compareçam em força no Estádio de São Miguel, naquele que é o último jogo do CD Santa Clara em sua casa na presente temporada. Confirmou, inclusive, que a sua continuidade no clube está pendente apenas de formalização.
O treinador do CD Santa Clara marcou presença na sala de imprensa do Estádio de São Miguel, antevendo o duelo diante do FC Paços de Ferreira, relativo à 33ª jornada da Liga Portugal bwin. Mário Silva falou numa equipa «consistente», mas espera a vitória frente à formação orientada por César Peixoto, técnico que foi inclusive colega de Mário Silva em curso de treinadores.
«Como falei no final do último jogo o nosso objetivo claro nestes últimos jogos é ficar na melhor classificação possível, sabendo que são jogos difíceis. O Paços é equipa que também fez uma grande recuperação, orientados por um treinador competente e uma equipa que se vai encontrar aqui de forma desinibida porque também já garantiu os objetivos. É uma equipa que joga bem», começou por dizer Mário Silva, em referência ao adversário de domingo.
«Depois de uma época tão difícil queremos presentear os adeptos com uma despedida em casa positiva. Há uma coisa que os adeptos notaram, e é algo que enquanto profissional tenho consciência. Correndo bem ou menos bem, os jogadores têm um compromisso fora do normal. Os jogadores têm sido fantásticos, fabulosos. Mesmo com a nossa classificação praticamente definida não deixam de dar o máximo e esse é um dos nossos grandes objetivos como treinadores: fazer com que os jogadores entrem em campo a dar tudo. A continuar assim, até final da época, acredito que teremos duas boas exibições e resultados», continuou, enaltecendo o espírito do grupo de trabalho, dizendo que o CD Santa Clara tem de estar «feliz e orgulhoso» da campanha e recuperação que tem feito depois de uma época muito longa.
«Nos momentos difíceis não foram muitos, mas os adeptos estiveram cá. Queremos que os açorianos estejam sempre unidos em torno do CD Santa Clara. Precisamos deles unidos a apoiar a equipa, principalmente os jogadores porque é um clube que merece união, para que sejamos sempre o símbolo de uma região», disse, apelando a que os Bravos Açorianos compareçam em grande número no estádio naquele que será o 21º e último jogo dos insulares no Estádio de São Miguel na presente temporada.
Mário Silva vincou que «o recorde» do CD Santa Clara esta temporada foi garantir a manutenção e escapar da luta pela permanência, fazendo referência ao facto do clube poder terminar a segunda volta do campeonato sem qualquer derrota dentro de portas, bem como a possibilidade de estabelecer o recorde absoluto do clube de invencibilidade caseira (11 jogos consecutivos sem conhecer o sabor da derrota), registos que podem ser conquistados com um empate ou vitória diante dos castores. «Se conquistarmos os 3 pontos e anotarmos esses recordes, perfeito», referiu.
Fazendo novamente referência ao facto de o CD Santa Clara ter sido derrotado apenas por duas vezes na segunda volta no campeonato, e no Estádio da Luz e Estádio do Dragão, o timoneiro dos insulares elogiou o adversário de domingo bem como a sua orientação técnica, por parte de César Peixoto, referindo que, independentemente de resultados, o FC Paços de Ferreira tem praticado «bom futebol» e tem tido «boas performances» desde que o técnico assumiu o comando dos nortenhos em dezembro último.
Mário Silva voltou a falar da sua continuidade no clube, dizendo que a mesma está praticamente pendente, apenas, da sua formalização: «As coisas estão mais bem encaminhadas que nunca e a formalização das coisas estará para breve. Nunca escondi a vontade que tenho de continuar, a que corresponde a vontade do Santa Clara. Estamos mais ou menos, para não dizer totalmente acertados, e em breve será formalizada [a continuidade]. De certeza que nos próximos dias. As coisas estão acordadas», disse, bem-disposto.
Para terminar a conferência de imprensa o treinador do CD Santa Clara abriu o coração num momento emocionante, abordando a sua carreira e momento no clube: «Talvez algumas pessoas duvidavam do meu profissional, o que sou como treinador. É normal. Muitas das vezes não podemos esquecer quem acreditou em nós. Uma das bases para o nosso entendimento foi o reconhecer das pessoas que acreditaram em mim quando vim para o clube e isso não esqueço. Há coisas que o dinheiro não paga. O respeito que me merecem pelo facto de terem tido a coragem de apostar em mim, e por isso tenho de reconhecer que não me posso esquecer dessas pessoas. Mesmo que não continuasse cá jamais esqueceria, num momento difícil para mim, das pessoas que apostaram em mim. Arrisquei e felizmente tive sempre um sentimento que as coisas iam correr bem. Felizmente as coisas correram bem», disse, de coração cheio, dizendo que valeu a pena ingressar no CD Santa Clara.
Mário Silva terminou a sua intervenção dizendo que cumpriu o seu objetivo de não defraudar as expectativas que tinha em si próprio e que nele foram depositadas, enfatizando que os jogadores e restante grupo de trabalho são todos grandes obreiros da recuperação na presente temporada e, a nível pessoal, ao sucesso do técnico do CD Santa Clara.
Os açorianos recebem, pela última vez na temporada, o FC Paços de Ferreira na 33ª jornada da Liga Portugal bwin, às 19h30 de domingo, 8 de maio.