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Regresso ao Passado – Brandão

Vini, Vidi… vici. Eis, Brandão. Avançado brasileiro, chegou ao CD Santa Clara com 31 anos, depois de duas passagens pelo futebol nacional, deixando uma marca indelével na história do clube. Logo na primeira temporada com as cores da região ao peito, fez balançar as redes por 24 (!) vezes, ajudando à inédita conquista da II Liga e sagrando-se como o goleador maior da competição.

 

O futebol… em Rio Grande do Sul

 

‘O Futebol, para mim, nasceu em Rio Grande do Sul, numa pequena cidade do interior chamada São Borja. Comecei muito cedo nos escalões de base da formação. Ia disputindo os torneios municipais e intermunicipais e estava a conseguir destacar-me dos outros atletas. Com 18 anos, fruto dos incentivos dos meus treinadores, vim para uma cidade maior (Caxias do Sul) e consegui ficar no clube ( Ser Caxias do Sul). Foi aí que consegui almejar o sonho de ser jogador profissional.’

“Ir para os Açores foi muito bom para a minha carreira.”

A primeira experiência em Portugal

 

‘Depois do Caxias fui contratado pelo Coritiba, um clube do Paraná, um clube grande que disputava várias competições. Comecei a destacar-me aí. Depois apareceu a oportunidade de ir para Portugal (Belenenses) através do Ademir Alcântara, que tinha jogado em Portugal e que acabou por ser o meu empresário.’

 

A ida para os Açores

 

‘Eu estava a jogar no Vitória SC. Eles disseram-me que não iam renovar comigo e eu tinha de encontrar uma alternativa para continuar a progredir na carreira. O Adir, que foi guarda-redes no CD Santa Clara, falou comigo para vir para o CD Santa Clara. Falei com alguns diretores e com o treinador do clube que fizeram força para assinar. Ir para os Açores foi muito bom para a minha carreira. ‘

 

A primeira temporada de sonho

 

‘A primeira temporada no clube foi uma das melhores na minha carreira. Adaptei-me rapidamente à região e ao clube. Consegui encaixar bem no grupo, éramos uma autêntica família. Depois penso que o segredo do sucesso foi o facto dos golos saírem naturalmente. Marquei logo nos primeiros jogos do campeonato e isso acabou por ser fundamental para trazer tranquilidade não só para mim, como para o elenco e para o clube que procurava a subida de divisão’.

 

A relação com os adeptos

 

‘Na maioria dos jogos tínhamos o estádio  lotado. Tinhamos uma torcida muito forte. Havia uma ‘charanga’, como dizemos aqui no Brasil, que fazia muito ‘barulho’. Davam-me muita força e sempre que marcava tentava ir festejar com eles. Foi também devido a esse apoio incondicional que nós conseguimos subir de divisão.’

“Na maioria dos jogos tinhamos o estádio lotado.”

Um grupo… que era família

 

‘Tínhamos um grande grupo na altura. Davamo-nos todos muito bem. Os brasileiros: o Adir, George, Sandro, Flávio Galvão, Geraldo, Vanderlei. Os estrangeiros tínhamos o Barrigana, o Toni, o Figueiredo, o Portela, o Dú, Fernando e muitos outros. Mas todos faziam parte da família. Tínhamos um grupo vencedor’.

 

O futebol atual vs o futebol de outrora

 

‘Acho que agora o futebol é muito mais tático. As equipas, os treinadores evoluíram muito taticamente. Para além disso, os jogadores hoje são muito mais robustos fisicamente. Penso que os preparadores físicos conseguem extrair muito mais do atleta hoje em dia. Acho que os jogadores atuais ganham na vertente física mas perdem um pouco na vertente técnica para os atletas de antigamente.’

 

Os novos valores do CD Santa Clara

 

‘Não tenho acompanhado o futebol em Portugal tanto quanto queria. Mas, do plantel atual, conheço bem o Lincoln que jogou aqui no Grémio e o Carlos, que jogou no Internacional. Um é meia e o outro é atacante. São dois bons jogadores, dois bons valores com muita qualidade e estão a representar muito bem o clube e a região. ‘

 

A surpresa… na festa da subida

 

‘Depois do último jogo do campeonato, em Lamas, sagramo-nos campeões nacionais da II Divisão. Estavamos todos no aeroporto e, sem nada combinado, começamos todos a pintar o cabelo, a cara,  a barba e o bigode de vermelho e branco. O grupo todo participou. Recordo-me que os adeptos não estavam nada à espera daquilo. Foi uma alegria imensa.’