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Regresso ao Passado- George

Franzino, esguio e leve. Um ‘trequartista’ com apetência pelo golo, sem amarras, livre pelo campo, criando e abrindo espaços nas defensivas contrárias, servindo o ponta de lança com passes de morte que conduzem, inequivocamente, ao golo. George entra na galeria de notáveis que passaram e encantaram o povo açoriano. Para a memória ficam as pinceladas de classe, os passes que percorriam o buraco da agulha, espalhados pelos mais de 100 jogos com a camisola dos bravos açorianos.

 

A vinda para Portugal em busca de uma vida melhor

 

‘Quando o mister Manuel Fernandes me convidou a ingressar no CD Santa Clara eu estava no América RN, emprestado pelo Flamengo. Recebi o convite depois de um jogo que fiz contra o Bahia. Nem pensei duas vezes. A minha família, na altura, passava por algumas dificuldades financeiras e encarei o convite como uma oportunidade para lhes ajudar. Foi uma decisão feliz.’

 

Do Rio… para os Açores

 

‘A adaptação foi fantástica. Os Açores é uma terra fantástica, muito calma, muito pacífica e as pessoas são todas muito calorosas. Vinha da violência do Rio… e chego aos Açores e é tudo tranquilo. Um paraíso autêntico. Gostei muito. Fui muito bem recebido por todos. O Presidente Paulino Pavão, o Sr. Carlos Almeida, o prof. Manuel Fernandes… todo o grupo me acolheu com muito carinho e fui muito feliz no CD Santa Clara’.

“Todos tinham respeito pelo nosso trabalho e acarinhavam-nos imenso.”

A Família açoriana

 

‘Costumo dizer que encontrei aí um ambiente muito familiar. As pessoas não acreditam mas havia um clima de grande proximidade com os adeptos. Eu tomava café com os nossos adeptos, o povo açoriano abordava-me muito. Cheguei a passar o Natal e Ano Novo em casa de torcedores. Todos tinham respeito pelo nosso trabalho e acarinhavam-nos imenso.’

 

O homem das assistências

 

‘Joguei no ataque várias vezes. Sentia-me muito confortável a atuar nas costas do ponta de lança, aproveitando os espaços das equipas adversárias e fazendo uso da minha velocidade. Às vezes o passe antes do golo é mais importante do que o próprio golo. Sentia-me bem a assistir os meus colegas de ataque’.

 

A metamorfose

 

‘Não consigo escolher um momento marcante da minha passagem no clube. Eu destacaria sim todo o percurso que fiz nos cinco anos que por aí passei. Foi um processo evolutivo e sinto que me tornei um homem e uma pessoa melhor nos Açores. Recordo com carinho e saudade todos os momentos que tive oportunidade de viver’.

“Dentro de cinco anos, o CD Santa Clara vai estar sempre entre os cinco melhores do futebol português.”

Não existem super-heróis

 

‘Aquela vitória (2-1) diante do FC Porto foi histórica e inesquecível. Sabíamos da força do nosso adversário. O FC Porto viria a ganhar a Taça UEFA na temporada seguinte mas acho que o segredo foi o aspeto mental. Nós nunca tivemos medo, jogamos de igual para igual contra eles. Sem medos. No final do dia, são onze homens de cada lado, uns defendem uma cor, outros defendem outra. No futebol não existem super-heróis’.

 

Força da mente vs força da tática

‘Felizmente, o CD Santa Clara está liderado por pessoas altamente competentes e profissionais. Às vezes neste tipo de jogos, o lado mental prevalece sobre a força da tática. O atleta é, quase sempre, o centro do jogo. É ele quem decide o resultado final’.

 

CD Santa Clara entre os 5 melhores

 

‘Sempre que posso acompanho os jogos do CD Santa Clara. Eu digo muitas vezes aos meus amigos aqui no Brasil que, dentro de cinco anos, o clube vai estar sempre entre os cinco melhores do futebol português. Não tenho qualquer dúvida disso. O clube tem evoluído imenso nos últimos anos’.