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Regresso ao Passado – Pessanha

Sebastião Pessanha é ‘Santa Clara’ em estado puro. Representou o clube durante mais de uma década, marcou dezenas de golos como avançado e na ponta final da carreira, enquanto defesa, evitou outros. Depois de pendurar as chuteiras, ainda treinou as camadas jovens da formação. Hoje apresenta-se como uma lenda viva da história do clube.

 

 

Luanda, Algarve e… Micaelense FC

 

‘Nasci e permaneci em Luanda até aos catorze anos. Depois fui para o Algarve e do Algarve para os Açores. Na altura, tinha eu 15 anos, já jogava com amigos no ‘Relvão’. Num destes jogos entre amigos fui convidado, por um senhor que estava a observar-nos, para ingressar no extinto Micaelense FC. Foi a minha primeira experiência como atleta federado. Guardo muito boas memórias do Micaelense FC’.

 

Um convite dourado

 

‘Depois do Micaelense FC, fui convidado a ingressar no CD Oliveirenses pelo saudoso Jaime Graça. Gostei muito de estar na Fajã de Cima. Tínhamos uma boa equipa, tínhamos um excelente treinador e havia um ambiente familiar muito forte. Depois da experiência nos Oliveirenses recebi um convite para ingressar no CD Santa Clara. O saudoso Castanha e o Eng.º Dionísio Leite convidaram-me para ingressar no clube. Na altura, ganhava três vezes mais nos Oliveirenses mas preferi ir para o CD Santa Clara não só pelos amigos que lá tinha mas também pela grandeza da instituição.’

“Sempre tive vocação para marcar golos mas naquela época tudo corria bem.”

Uma época dourada

 

‘Em 1989/1990 fui o melhor marcador dos campeonatos nacionais. Marquei 38 golos. Sempre tive vocação para marcar golos mas naquela época tudo corria bem. Até de lado marcava golos, pontapé de bicicleta, de cabeça. O facto de não ter lesões naquela temporada ajudou-me a alcançar estes números. Tínhamos uma boa equipa’.

 

O mestre Jaime Graça

 

‘Tive vários treinadores mas o que me marcou mais na carreira foi Jaime Graça. Foi o meu mestre.  Ele ensinava-me coisas todos os dias. Tecnicamente éramos evoluídos mas taticamente nem por isso. Era nessa vertente tática que ele insistia connosco. Evoluíamos muito com ele. Os treinos que nós vemos nos escalões de formação hoje em dia, eram os treinos dele na altura. Ensinou-nos muito. O Jaime era extraordinário connosco e todos guardam um especial carinho por ele’.

 

O ‘pai’ Dionísio Leite

 

‘O Eng.º Dionísio Leite foi como um pai para mim. Fez sempre tudo para que permanecesse no CD Santa Clara. Ajudou-me a mim e a muitos colegas. Aliás, foi ele que me arranjou trabalho quando tinha os meus 25 anos. Não me esqueço dele’.

“Esta direção fez regressar a mística do clube.”

Santana… como clone

 

‘Penso que o futebol não mudou drasticamente. Em termos técnicos, penso que mudou muito pouco mesmo. Do atual plantel, o elemento com mais semelhanças com a minha forma de jogar talvez seja o Santana. Tal como eu, é um elemento muito batalhador, corre muito, dá tudo ao longo dos 90 minutos. Desgasta-se muito em prol da equipa’.

 

O novo CD Santa Clara

 

‘Este presidente é fantástico. É uma pessoa dinâmica. Tem alguns críticos mas tem feito um bom trabalho. Esta direção fez regressar a mística do clube, aproximou-se mais da comunidade e, acima de tudo, não virou costas ao passado do clube, aos veteranos. É muito importante reconhecer e valorizar o passado deste clube para o poder compreender’

 

Uma atitude a não esquecer

 

‘Há uma atitude na minha carreira que nunca esquecerei pelos piores motivos. Jogava como capitão de equipa. Ia fazer um chapéu ao guarda-redes mas falhei. Fui assobiado pelos adeptos. Logo a seguir, o treinador retirou-me do onze mas não aceitei muito bem esta decisão e mandei a braçadeira para o chão. Comecei a reclamar com os adeptos. Foi a pior atitude que tive ao longo da carreira mas logo a seguir pedi desculpa a todos, publicamente’.