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Regresso ao Passado – Portela

239 jogos, onze temporadas e onze golos. É este o registo de um dos mais proeminentes atletas da história recente do CD Santa Clara. Falamos de Portela, lateral direito que ascendeu ao olimpo mas que viria a descer às catacumbas do inferno com a descida de divisão em 2003. Nos bons e nos maus momentos, como se de um casamento se tratasse, Portela esteve sempre lá.

 

De extremo para lateral

 

‘Comecei nos infantis do Vitória de Setúbal como extremo direito, e continuei assim durante toda a formação. Foi já nos seniores, no Portimonense, em que devido à saída do defesa direito da altura, recuei para lateral direito como opção de recurso e assim continuei até ao fim’.

 

A viagem aos Açores como prenúncio

 

‘No verão de 97, o Vitória FC foi convidado para ir jogar às ilhas de São Miguel e Terceira contra o Santa Clara e Lusitânia, respetivamente. Depois desse jogo com o Santa Clara,  onde curiosamente joguei a lateral esquerdo, e tendo o Santa Clara necessidade de um lateral direito, surgiu o convite para ingressar no clube por parte de Manuel Fernandes, treinador do CD Santa Clara na altura. Nunca imaginei que pudesse ficar tantos anos nos Açores’.

“Fui muito bem recebido por todos. O ambiente era familiar.”

Uma nova Família

 

‘A minha adaptação foi extremamente fácil, fui muito bem recebido por todos. Na altura o ambiente era familiar. Não me esqueço do senhor Carlos Almeida,  senhor Pedro Castanheira, senhor José Botelho, também conhecido por  ‘Zé Ganso’, senhor José Luís e o presidente senhor Dionísio Leite. Há outros que foram igualmente importantes mas estes foram primordiais para o ambiente que se formou em torno do clube. Pessoalmente também tive o Figueiredo, que me ajudou bastante.

 

Onze temporadas… onze treinadores

 

‘Todos os treinadores deixam-nos marca. No Santa Clara passaram excelentes treinadores, mas também é justo dizer que o que mais me marcou e aquele cuja filosofia mais me identificava foi sem dúvida o Manuel Fernandes’.

 

Novamente… onze temporadas, onze golos

 

‘Não há nenhum que evidencie. Todos tiveram o mesmo sabor. Não é fácil um lateral direito fazer muitos golos’.

“Houve uma altura que só conseguíamos respirar.”

Dores de crescimento

 

‘O Santa Clara subiu muito rápido da segunda divisão ‘B’  à primeira divisão. Foi um crescimento muito rápido. Faltou tempo para apetrechar o clube com as condições necessárias para ter e manter um clube na primeira divisão do futebol português. Acho que o que aconteceu foram as chamadas dores de crescimento, aliada a uma época de 2003/2004 bastante má’.

 

O Cabo das Tormentas

 

‘Foi complicado gerir essa má fase do clube. A partir de certa altura houve uma grande clivagem no percurso do clube, tanto a nível de jogadores como de diretores. Muitos jogadores importantes optaram por sair do clube e a nível diretivo também houve muitas mudanças. Tudo isto levou a que o clube tivesse o seu cabo das tormentas, aliado a graves dificuldades financeiras. Houve uma altura que só conseguíamos respirar’.

 

O hambúrguer sonolento

 

‘No final da época de 1998/1999: tínhamos subido à primeira liga e fomos convidados para fazer 2 jogos, um no Canadá e o outro nos EUA. Fomos de Ponta Delgada para Nova Iorque, de seguida para Toronto. Chegamos a Toronto depois de muitas horas de viagem, dormimos e jogamos logo no outro dia. Dormimos no dia do jogo ainda em Toronto, e no dia seguinte, voltamos de autocarro para Boston. Como podem perceber o cansaço era enorme, mesmo no autocarro todos queriam descansar. Mas na comitiva que nos acolheu, havia um senhor muito bem disposto, falador e que ia fazendo de guia turístico, o que o pessoal agradeceu bastante, mas tinha um senão… falava muito alto. A meio da viagem paramos para comer, e tivemos arranjar maneira de podermos dormir na viagem até Boston. E assim foi, durante o almoço, pusemos um comprimido para dormir no hambúrguer do senhor, e foi assim que conseguimos descansar durante o resto da viagem (risos)’.