Foi na ponta final do milénio que o CD Santa Clara assinalou uma das maiores conquistas desportivas da sua história. Em 97-98, o CD Santa Clara sagra-se campeão nacional da II Divisão B, garantindo, pela primeira vez, o acesso às competições profissionais de futebol em Portugal.
Foi uma época verdadeiramente histórica, marcante e … conturbada também. O CD Santa Clara inicia o seu percurso na II Divisão B com Álvaro Magalhães ao leme da equipa. Após a saída do antigo internacional A do comando técnico da equipa, surgiu o prof. Jorge Mendonça que assegurou uma eficiente transição para a chegada do mister Manuel Fernandes, figura de relevo da história do clube, como viria a prová-lo anos mais tarde.
Era um CD Santa Clara apetrechado do ponto de vista individual. Fernando, internacional angolano, era o responsável pela salvaguarda das redes encarnadas e na defesa destacavam-se Portela, lateral direito, histórica lenda do clube e Vladimir, central brasileiro. Figueiredo era o maestro no meio-campo, auspiciando um futuro brilhante, coadjuvado por João Matias que servia como tampão no eixo defensivo. Na frente, Sadjó, irreverente e extremamente veloz era uma autêntica flecha apontada à baliza adversária e Tiago Amorim funcionava como o homem mais adiantado da estratégia ofensiva.
Foi, aliás, o mesmo Tiago Amorim a carimbar a conquista do campeonato da II divisão Nacional B, com um histórico golo, ao cair do pano, no último segundo do jogo, na Ilha Madeira diante do Câmara de Lobos. Um golo especial e que fica para sempre guardado no imaginário dos adeptos do futebol açoriano. A festa, à chegada a Ponta Delgada, era mais que muita. Era história a cumprir-se, era o desperta de um gigante do futebol açoriano.